terça-feira, 30 de março de 2010

Todos os passos.


Meu silêncio de nada vale se não visto.

Como em uma caixa de tijolos bem sentados, guardo-me como o passado em folhas amassadas.

Como em um filme de magia e mistério, lanço-me como o presente com o impulso de desvendar.

Como uma criança que tem medo do escuro, receio como o futuro que espera o dia nascer.

O que é, o que foi e o que será só a mim pertence, que construo meu poço sem balde porque a água transborda, e eu até posso fazer desejos.

Desejo, aquele q possui a todos e almeja um pouco de luz, mas só a luz do topo serve, porque assim o veneno será longo e o mito desvendado de histórias mal contadas, histórias sem fadas nem duendes, com bruxas e serpentes, nem me lembro se tinha chapeuzinho, mas o lobo se fazia presente.

Nessa estreita estrada a esperança sempre me perseguiu, obcecada por todo sentimento que carrego, não acatando meus pontos e vírgulas e fazendo de tanto aqui escrito, uma só coisa. Coisa essa que nem nome tem, é bicho solto meio cobra criada, explosão de euforia presa, o inexplicável e compreendido, o sim e o não em grego, é a morte de passagem pela vida.

A insanidade me leva no bolso como um raro relógio, eu sempre soube que poderia indicar, o controle é difícil, prazeroso e cansativo, mas pelo deleite não me entrego a ela, assim nunca saberá sua hora, assim faço-me sempre presente.

Com tanta transparência alguém pode até “achar que me vê”, mas hoje juro que faltei.

Meu nome pode estar na presença, mas até minha sombra levei.

Então foi isso que não os fez perceber minha essência aqui?

É preciso olhar nos olhos e sentir que muito tenho a apontar, perceber que de nada adianta se iludir, pois tudo nesse mundo nos ensina a evitar, e ignoram que pra entender, de “muito pouco” se precisa saber.

E pra saber do futuro sem destino dê mais um passo pra dentro do seu próprio ser, pra se lembrar do que foi, olhe no espelho e me diga o q vê. O ser humano que te controla não sabe que pouco esse mundo tem a oferecer.

Agora só nos resta seguir em frente, pois os meus e os teus passos em alguma areia já estavam.

Zero um pouco à direita.


Os olhos podem até ver.
Duvido o corpo sentir.
A boca cala, só o tempo que a cabeça não pensa.
A boca fala que quer sentir.
E a mente manda calar ao ouvir dizer, que não se deve falar.
Mas em que pensar?
Fazer de conta que não está?
Não temos tempo para perguntas.
Tudo é questão de colocação.
Né?

segunda-feira, 29 de março de 2010


O amor não vale mais que uma moeda de 50 centavos. Pior ainda se achada, histericamente afogando-se em areia seca, e brilhando mesmo sem luz pra refletir. Onde só um pedaço poderia ser visto e de nada adiantaria se seus olhos a procurasse.

Ninguém e nada a deixou, ela foi esquecida por parecer inútil, por ser lembrada tão somente para comprar doces, dar esmolas, juntar para um dia servir. Quem sabe?

Por ser prateada e não dourada, às vezes gorda, às vezes magra, às vezes nova, às vezes velha, às vezes deixada, às vezes cobrada, às vezes guardada, às vezes doada, às vezes perdida e enterrada, às vezes achada e enterrada.

O amor vale uma moeda de 50 centavos chamada histérica.

segunda-feira, 22 de março de 2010

domingo, 21 de março de 2010

Crepúsculo.


Transforma a maldade, a tece em sorriso, constrói um rosto e oferece abrigo.

Pode ser num dia de sol, mas acontece sempre na chuva, quando o tempo não avisa e o destino finge que não manipula.

A alma cansada já não sabe mais deitar, o corpo não suporta, nunca soube suportar.

Difícil dizer se é dor, calor ou um sentimento qualquer.

Parece perdido a procura do impreciso, a distrai com a cabeça erguida, a deixa em uma simples esquina, onde descobre que ali nada tem.

Lembra-se de tudo que teve e tratou com desdém.

Tudo que teve até aqui, sim, ela mereceu.

Mereceu o que quis, o que é dela e o que é teu.

Sempre haverá palavras para contradizer o inacreditável, é onde a gentileza não existe, onde tudo parece improvável.

A luz ameaça a noite e em ambas encontra-se o favor.

Favor, não a deixe aqui ao tentar retribuir, leia bem o contrato, julgue primeiro o que é fato.