segunda-feira, 25 de abril de 2011

Careço.

Queria falar algo sobre mim, sobre tudo, todos e me sentir satisfeita no fim.

Queria finalizar com os pés cravados no chão depois de um grande salto.

Queria abraçar todos meus amigos de uma vez só.

Queria apagar os pingos dos “is” e colocar mais pontos finais.

Queria dormir menos e descansar mais.

Queria cantar, tocar e representar sem ser preciso dançar.

Queria ser menos ansiosa pra falar e pra sentir.

Queria que não fosse preciso ter que voltar atrás.

Queria não carecer, mas é fundamental tanto quanto ser preciso.

Queria porque sinto medo, mas tenho coragem pra querer. E entre sentir e ter, acabo usando o que tenho em mãos, mesmo que sentir seja mais fácil e inevitável.

- O que você quer ou queria mesmo?

Bêbados, velhos e crianças.

Sorriam! Hoje é um lindo dia de chuva fina, que corta nossa pele enquanto sentimos as cicatrizes antes mesmo q cicatrizem. Comam da água e alimentem-se de paixão, para bêbados água ardente, para velhos água de coco e que as crianças chorem de cede e bebam suas doces lágrimas.

O peso de ser humano.

Algumas necessidades me enojam, carne, prazer, consumismo. A cada dia as pessoas estão menos humanas, eu não nasci no meio disto, essa é a única gratidão de minha vida.

Eu preciso muito de salvação, só não existe ninguém capaz de grande feito.

Será que terei de morrer para entender, ou a morte representaria meu ultimo passo ignorante?

Estou farda, cansada, choro pra lavar a alma e alvejar os olhos, como se o ódio fosse me ajudar, como se ao ócio pudesse culpar. Não consigo entender, e tentar não me deixa mais sensata, pelo contrário, estou enlouquecendo e uso está palavra sem ao menos acreditar em sua acepção. Não compreendo, nem sinto meus pés pisando nesse lixo, quer dizer, sinto agora.

O que buscamos? Se colocássemos em ordem, primeiro viria a busca por parceiro com ênfase na reprodução, terra, água, animais, prata, ouro e por fim papel pintado, se isso faz sentido me explique atitudes tão retrogradas para seres que se dizem no topo da cadeia alimentar, em pouco tempo comerão uns aos outros pois o resto já fazem.

Enquanto a sociedade? É até bizarro tocar nesse assunto, merece uma enciclopédia com mais mandamentos, pois os dez não estão dando conta. É cada vez mais raro ver um bom caráter e personalidade, e “os pecados capitais” estão ai pra nos divertir, nem sei mais quantos são. Seria sete? Quanta perfeição! Julgar é tão divertido quanto parece? Gostaria de saber... A quem deseja impressionar?

Vivemos em uma guerra desde que nascemos, algumas vezes combates com balas, presenciando pequenos golpes e assistindo grandes pela janela. Como discutir sobre política, desemprego, fome, educação se a maioria de nós não consegue ser humano?

O vento que me passa.

Vento me envolva, sinta o que sinto ao me tocar, veja a minha vontade ao me tomar completamente como um copo cheio de desejo, enquanto percebe cada curva do meu corpo capaz de reconhecer meu rosto como um cego a tocá-lo.

Sermos frios é só coincidência, deve ser isso que nos atrai, me aqueça enquanto quero esfriar, mas não consigo, te ouço ao pé da orelha, esse zumbido faz minha espinha gelar enquanto me perco na tua imensidão ao me jogar só em um momento, de braços abertos te sinto de verdade, e mesmo que seja só vento, um bobo vento, obrigado por balançar meus cabelos e sentimentos, mesmo que eu não te veja de verdade, tome o que não tens, antes que eu mude de idéia.

Desculpe-me, depois volto para minha casa, que automaticamente as janelas se fecham contra a chuva, contra o sol, contra a neve e principalmente contra o vento.

A paixão pelo vento q não sopra, só se solta contra o tempo.

Pra Ti.

Passam as horas, chega a aurora, beijos pra ti.

Agora é tarde, alegria invade, escovar e cuspir.

Três refeições, compro balões, encho pra mim.

Tanto tempo, ensinar ao vento, cortar Capim.

Dedicação, chaves, portões, posso falir.

Penso mais, falta paz, trem com cupim.

Ignorância em chamas, pernas bambas, risos ali.

Ligo a janela, falo balela, já respondi.

Dia, recado, achocolatado, dono, nariz.

Cheiro por dentro, todo momento, vejo aqui.

Sonho no canto, sem abandono, lugar pra dormir.

Passam às horas, chega a aurora, beijos pra Ti.

domingo, 17 de abril de 2011

Dias atrasados.

Dias, passem sem me levar!
sem se guardar em mim;
sem me atrasar em pensamentos;
sem me deixar com sentimentos;
sem me envolver com detalhes;
sem atrair minha curiosidade;
sem me alegrar com inverdades;
sem calar minhas vontades;
sem distrair meus passos;
sem me iludir com atrasos;
sem me deixar carregar meu fardo insensata;
sem tentar me concertar quieta e calada; Só passe.

Ás dezoito.

Passos em tempos, pessoas em lugares dentro e fora dali.

Um longo caminho por trilhos e poeira a seguir.

Um grande destino a trilhar com a incerteza de resistir.

Um garoto de mãos nuas, embaixo de uma luz satisfeita.

Almejei um portal que me transportasse, só para olhá-lo próximo a mim e entender o que foi e o porvir.

Desejo saber o que há com o mundo que não o vê?

Desejo ver o mundo saber o que há.

Uma imagem a ser guardada em cingido segredo.

Segredo aquele que só guarda quem não quer sentir.

Se o amor existe com certeza estava com ele.

Se a paz vive com certeza estava ali.

E se em seus olhos não havia sonhos em forma de lágrimas, nada foi escrito aqui.